quarta-feira, 19 de outubro de 2011

JUDICIARIO: um poder de costas para o País





A Justiça no Brasil vai mal, muito mal. Porém, de acordo com o relatório de atividades do Supremo Tribunal Federal de 2010, tudo vai muito bem. Nas 80 páginas – parte delas em branco – recheadas de fotografias (como uma revista de consultório médico), gráficos coloridos e frases vazias, o leitor fica com a impressão que o STF é um exemplo de eficiência, presteza e defesa da cidadania.
Neste terreno de enganos, ficamos sabendo que um dos gabinetes (que tem milhares de processos parados, aguardando encaminhamento) recebeu “pela excelência dos serviços prestados” o certificado ISO 9001. E há até informações futebolísticas: o relatório informa que o ministro Marco Aurélio é flamenguista.
A leitura do documento é chocante. Descreve até uma diplomacia judiciária para justificar os passeios dos ministros à Europa e aos Estados Unidos. Ou, como prefere o relatório, as viagens possibilitaram “uma proveitosa troca de opiniões sobre o trabalho cotidiano”. Custosas, muito custosas, estas trocas de opiniões. Pena que a diplomacia judiciária não é exercida internamente. Pena. Basta citar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, de São Gonçalo. Nenhum ministro do STF, muito menos o seu presidente, foi ao velório ou ao enterro. Sequer foi feita uma declaração formal em nome da instituição. Nada. Silêncio absoluto. Por que? E a triste ironia: a juíza foi assassinada em 11 de agosto, data comemorativa do nascimento dos cursos jurídicos no Brasil.
Mas, se o STF se omitiu sobre o cruel assassinato da juíza, o mesmo não o fez quando o assunto foi o aumento salarial do Judiciário. Seu presidente, Cézar Peluso, ocupou seu tempo nas últimas semanas defendendo – como um líder sindical de toga – o abusivo aumento salarial para o Judiciário Federal. Considera ético e moral coagir o Executivo a aumentar as despesas em R$ 8,3 bilhões.
A proposta do aumento salarial é um escárnio. É um prêmio à paralisia do STF, onde processos chegam a permanecer décadas sem qualquer decisão. A lentidão decisória do Supremo não pode ser imputada à falta de funcionários. De acordo com os dados disponibilizados, o tribunal tem 1.096 cargos efetivos e mais 578 cargos comissionados. Portanto, são 1.674 funcionários, isto somente para um tribunal com 11 juízes. Mas, também de acordo com dados fornecidos pelo próprio STF, 1.148 postos de trabalho são terceirizados, perfazendo um total de 2.822 funcionários. Assim, o tribunal tem a incrível média de 256 funcionários por ministro.
Ficam no ar várias perguntas: como abrigar os quase 3 mil funcionários no prédio-sede e nos anexos? Cabe todo mundo? Ou será preciso aumentar os salários com algum adicional de insalubridade?
Causa estupor o número de seguranças entre os funcionários terceirizados. São 435! O leitor não se enganou: são 435. Nem na Casa Branca tem tanto segurança. Será que o STF está sendo ameaçado e não sabemos? Parte destes vigilantes é de seguranças pessoais de ministros. Só Cézar Peluso tem 9 homens para protegê-lo em São Paulo (fora os de Brasília). Não é uma exceção: Ricardo Lewandovski tem 8 exercendo a mesma função em São Paulo.
Mas os números continuam impressionando. Somente entre as funcionárias terceirizadas, estão registradas 239 recepcionistas. Com toda a certeza, é o tribunal que melhor recebe as pessoas em todo mundo. Será que são necessárias mais de duas centenas de recepcionistas para o STF cumprir suas tarefas rotineiras? Não é mais um abuso?
Ah, abuso é que não falta naquela Corte. Só de assistência médica e odontológica o tribunal gastou em 2010, R$ 16 milhões. O orçamento total do STF foi de R$ 518 milhões, dos quais R$ 315 milhões somente para o pagamento de salários.
Falando em relatório, chama a atenção o número de fotografias onde está presente Cézar Peluso. No momento da leitura recordei o comentário de Nélson Rodrigues sobre Pedro Bloch. O motivo foi uma entrevista para a revista “Manchete”. O maior teatrólogo brasileiro ironizou o colega: “Ninguém ama tanto Pedro Bloch como o próprio Pedro Bloch.”
Peluso é o Bloch da vez. Deve gostar muito de si mesmo. São 12 fotos, parte delas de página inteira. Os outros ministros aparecem em uma ou duas fotos. Ele, não. Reservou para si uma dúzia de fotos, a última cercado por crianças. A egolatria chega ao ponto de, ao apresentar a página do STF na intranet, também ter reproduzida uma foto sua acompanhada de uma frase (irônica?) destacando que “a experiência do Judiciário brasileiro tem importância mundial”.
No relatório já citado, o ministro Peluso escreveu algumas linhas, logo na introdução, explicando a importância das atividades do tribunal. E concluiu, numa linguagem confusa, que “a sociedade confia na Corte Suprema de seu País. Fazer melhor, a cada dia, ainda que em pequenos mas significativos passos, é nossa responsabilidade, nosso dever e nosso empenho permanente”. Se Bussunda estivesse vivo poderia retrucar com aquele bordão inesquecível: “Fala sério, ministro!”
As mazelas do STF têm raízes na crise das instituições da jovem democracia brasileira. Se os três Poderes da República têm sérios problemas de funcionamento, é inegável que o Judiciário é o pior deles. E deveria ser o mais importante. Ninguém entende o seu funcionamento. É lento e caro. Seus membros buscam privilégios, e não a austeridade. Confundem independência entre os poderes com autonomia para fazer o que bem entendem. Estão de costas para o país. No fundo, desprezam as insistentes cobranças por justiça. Consideram uma intromissão.

Postado por Diario de Luta às 12:04

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ARRANJOS POLÍTICOS LOCAL EM CODÓ-MA

O termo APL é em homenagem ao amigo Teixeira, Professor do IFMA, político consciente e sindicalista de luta. Foi candidato a vice de Codó com o Dr. Mendes, em 2008. 
Vou brincar um pouco com nossa imaginação e ousar delinear uma configuração política para as eleições de 2012. Se 2012 fosse hoje quem seriam os candidatos à Prefeito e Vice-Prefeito de Codó, respectivamente? Acompanhando as matérias de blogs, no velho e bom rádio, na TV e nos movimentos dados pelos diversos grupos políticos, nós teríamos, a exemplo de 2008, cinco grupos: Zito e Zé Francisco; Ricardo Archer(Pai) e Zé Inácio; Francisco Nagib e Nilcenia (ou Araújo Neto); Biné/Camilo e Hildemberg; Arlindo Salazar e ?. 
 A dupla ZZ começa a ganhar formato quando o Zé Francisco se filia ao PT. Washington (vice-governador) e o Zito estão muito próximos. O PT em Codó não tem autonomia para decidir e seguirá a orientação da Governadora com apoio do Vice-Governador. Roseana é vingativa e não confia mais em Biné e FC não tem a força do mandato (lembrem do caso PSD).
Ricardo(pai) e Zé Inácio> Esse namoro já aconteceu na eleição de 2008. Zé conversava com Zito e Cristina Archer, decidiu por Zito. Com a briga ficou sem espaço no Governo, tem sido adversário de Biné e não aceitaria ser vice de Francisco Nagib. Ricardo é candidato. Se a lei da ficha limpa prosperar ele passa o cajado para o filho no último dia. A lei eleitoral permite. Vota-se no filho pensando que é no pai.
 Camilo ou Biné e Hildemberg> Biné não que ser mais candidato essa é a verdade. Se a Câmara reprovar suas contas ele passa o cajado para o filho Camilo e ainda diz para os seus fiéis eleitores que foi perseguição e por isso devem apoiar o Camilo. Criará um sentimento de revanche o que aumentará o apelo pelo filho. Se Biné simplesmente desistir da candidatura e apoiar o filho o eleitor se sentirá mais livre para mudar o voto. Precisa, então, de um fato político para criar esse sentimento de revanche e manter a base eleitoral.
Francisco Nagib e Nilcênia Gomes ou Araújo Neto > O mote da campanha seria a mudança. FC percebeu que é preciso ter um mandato não basta só ser grande empresário (vejam o caso PSD), é bom para os negócios empresariais. Lança o jovem Nagib como preparação para a campanha de Deputado Federal em 2014. Não será a campanha milionária que todos imaginam, sabe que não ganha de primeira, já tem a experiência das campanhas do Zito. Farão Vereadores para sustentar a campanha para Deputado aqui e em outros municípios e apoiarão alguns Prefeitos.
Arlindo Salazar e ? > Manterá o mesmo propósito de 2008, apresentar-se como alternativa ao eleitor que quer a mudança que Codó precisa. O Vice ainda está indefinido, precisa encontrar alguém com vocação política e coragem para enfrentar a artilharia financeira dos poderosos. Acredita no desejo de mudança que está inflado no coração de muitos eleitores. Tem programa, propostas e nenhum recurso financeiro.
Há possíveis configurações apontadas por amigos (sem definição do cabeça de chapa) para esta candidatura. Arlindo e Mendes, Arlindo e Pedro Belo, Arlindo e Professor Edelson.   Arlindo e Mano Xinxin.
As configurações acima são baseadas nos fatos até o momento, tudo pode tomar outra direção.